A empresa que havia fundado a Taberna Ingleza, em 1908, ofereceu aos seus clientes um
pequeno Almanack-Brinde para o ano de 1909.
Situada na Rua
Jardim do Regedor, 33, em Lisboa, perto dos Restauradores, numa zona então
muito movimentada, era descrita como “um elegante restaurante que tomou o
título da célebre e bem conhecida Taberna Ingleza, que há anos existiu no Cais
do Sodré”.
Referia-se
assim a um dos restaurantes que existiu na zona ribeirinha, no local onde se situava um botequim do Marrare. António Marrare
fundou quatro botequins: o de S. Carlos à esquina da Rua da Figueira (hoje rua
Anchieta); o chamado Marrare das Sete Portas no Arco do Bandeira; o Marrare de
Polimento no Chiado, e o do Cais do Sodré N° 9, à esquina da Travessa dos Romulares.
Este último acabou
em 30 de Junho de 1827, e daria
lugar à Taberna Ingleza. Esta daria depois lugar ao Café Price. Em 1880 no Novo
Guia do Viajante era referido: “Fornece almoços e mesmo jantares à inglesa;
é notável pelos seus bifes, e muito frequentada por estrangeiros e marítimos”.
Esta nova Taberna
Ingleza era “Um restaurante simples, elegante, confortável …. Uma casa onde
o freguês estivesse bem e à sua vontade”. Acrescentando: “que “aceita às suas mesas
todas as classes da sociedade quando elas se apresentem com decência e ordem”.
O pequeno almanaque incluía um calendário com os meses e identificação dos
santos por dias; uma pequena história intitulada “Um bom conselho”, em que
aproveitava par realçara a qualidade da sua comida; provérbios relacionados com
a alimentação e terminava com uma poesia-oração “A devoção do Barqueiro”.
Como diziam no
início, a oferta do Almanaque era uma prova de reconhecimento às pessoas que, “com
a sua visita tem honrado a Taberna Ingleza".